MORTE DO ESPOSO
Quando morre o cônjuge, a esposa que fica perde como algo de sua identidade. De pessoa casada passa a ser viúva e o que é pior, de pessoa acompanhada e acompanhante, passa quase sempre a estar só.
Quanto mais tempo estão casados mais é a cruz da solidão.
Tudo se converte em tristeza não recebe já aquela dose insubstituível que recebia de afeto, até com todas as condições que alguém queira imaginar.
Tem-se a sensação de que se perdeu um passado já que as recordações comuns não poderão ser compartilhadas.perde-se tb grande parte do presente, pois aquela presença física, aquele interlocutor, aquela convivência, e inclusive certos amigos comuns já não estarão tão interessados como antes por compartilhar a amizade de uma mulher só. Inclusive o futuro se perde em grande parte; pelo menos aqueles projetos comuns que sem dúvida existiam, pelo menos a vontade de sonhar...
......(nome) meu amor, minha vida,
meu tudo durante tantos anos que vivemos juntos.
Anos de compartilhar tantas provas e tantas alegrias,
De olharmos extasiados um ao outro
Porém também de olhar os dois numa mesma direção:
A de nossos projetos da primeira etapa,
A de nossos filhos segundo iam chegando
Carregados de gozos e esperanças,
Mas também com tanto problema na vida.
Dias que terminavam de ordinário pagos, bem pagos!
Com aquela catarata de cuidados e afetos com que
celebrávamos cada noite o fim da jornada.
Desde que tu foste, só continuei a te buscar
Chamei-te no circulo de nossos parentes, no de nossos amigos e vizinhos, e ninguém respondia
Busquei-te entre minhas insônias, e meus sonhos me enchiam a alma de silêncios.
Passei a gritar teu nome na metade do cemitério e só me respondia o eco da minha angústia
Hoje, por fim te encontrei em minha oração.
Hoje te escutei no mais fundo de mim mesma e sinto já e apresento que diariamente vou apalpar tua presença á flor de alama neste mesmo espaço, neste mesmo tempo,
Tu estas em qualquer parte que eu estou
Estas em meus cuidados pelos que continuam sendo “nossos filhos” e “nossas coisas” no “nosso”.
Aproxima-te quando trabalho, vou de compras ou me retiro ainda que só a descansar:
Sinto tua presença e tua voz que me repete que nada do que vivemos juntos se apagará jamais,
Que a morte e a vida são duas vertentes de uma mesma montanha que subimos unidos
Tu pelo lado oposto e invisível da luz,
E eu por este lado obscuro da vida.
E que juntos nos acharemos no cume!
AS vezes ainda ponho teu talher na mesa,
Ainda busco tua roupa antes de por na maquina de lavar
Ainda olho ao relógio quando se aproxima a hora habitual em que chegavas
Ou me agarro, encostada, a teu pedaço de almofada e choro nesses leito tão grande no qual teu lugar está vazio ou sofro a força da angustia em muitas noites sem amanhcer...
Porém penso em meu Deus
E com suavidade, ternamente, tu regressas
E eu acolho as graças que alcanças para mim nas fontes insondáveis do amor divino
Pois bem, nessa misteriosa comunhão deixa-me amor que te diga uma e mil vezes
Te Amo!
Estás feliz, infinitamente feliz, mas sustenta-me.
Ajuda-me cuida de nosso amor.
Vela por nossos filhos e como tu estas ai, faz que, sem deixar de querer e de cuidar
Quanto tu aqui tanto quisestes e cuidades,
Cresça em mim cada dia esse mais além onde me esperas. Até logo.
domingo, 15 de março de 2009
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